Paz e graça da parte de Deus nosso Pai. Interrompo mais uma vez a série A GUERRA INVISÍVEL CONTRA O IMPÉRIO DAS TREVAS a fim de atender solicitação para escrever o presente artigo.
Uma enxurrada de
“profecias" tem invadido as redes sociais nesses últimos dias. Confesso
que chega a ser assustador a quantidade de videos e áudios que recebo em meu
Whatsap diariamente.
Alguns afoitos, outros
emocionados e alguns sem o mínimo de conhecimento das Escrituras Sagradas
“profetizam" em nome do Senhor, quando o Senhor não lhes falou coisa
alguma, causando, assim, pânico na mente dos ingênuos, incautos e imaturos.
Desafortunadamente, crentes
cuja base bíblica mostra-se frágil em virtude de desprezaram o ensino bíblico
nos cultos de doutrina e na Escola Dominical, esses estão sendo arrastados por
ventos de doutrinas da era pós-moderna.
À época da Igreja Primitiva
turbulências doutrinárias foram veemente refutadas à luz da Palavra de Deus.
João, apóstolo do amor, em sua primeira epístola, dedicou especial atenção no
capítulo 2 para combater os que haviam se feito anticristos. Os tais afirmavam
que Jesus não veio ao mundo em carne. Assim, os “anticristos” difundiam o
gnosticismo no seio da Igreja.
- O gnosticismo é um
sistema de correntes filosóficas religiosas sincréticas que teve como base
filosofias pagãs da antiguidade, que floresciam na Babilônia, Pérsia, Egito,
Síria, Grécia... No início o gnosticismo, não se tratava de um conjunto
coerente ou uniforme de crenças, mas sim de uma constelação de movimentos que
partilhavam características em comum, esses movimentos foram se mesclando e no
século primeiro começou a tomar forma.
- O gnosticismo,
juntamente com o legalismo judeu, foram as primeiras grandes heresias
enfrentadas pela igreja primitiva de Cristo, ambas são relatadas e combatidas
nos textos bíblicos apostólicos.
- O que é Gnose?
Do grego "gnosis",
que significa "conhecimento". O gnosticismo revindicava a posse de
conhecimentos secretos que, segundo eles, os tornam superiores aos homens
comuns desprivilegiados do mesmo. Esse conhecimento é diferente do conhecimento
intelectual, acadêmico, empírico, mas trata-se de um saber espiritual,
intuitivo, adquirido de forma puramente espiritual através da experiência
direta, algo sobrenatural.
Os gnósticos buscam sua
“salvação espiritual”, que eles chamam de "libertação", através de
experiências direta, ou seja, sem intermediários, de modo intransferível e
secreto, não compartilhável, pois segundo eles, o ser humano não pode entender
a divindade através de relatos de terceiros.
Há algumas correntes
gnósticas:
· Gnosticismo
Setiano - mais próximo ao Judaísmo;
· Gnosticismo
Valentiniano - que seguia a visão de Valentim;
· Gnosticismo
Basilidiano - que seguia a visão de Basilides.
O termo "Gnose"
acabou designando, nos tempos atuais, um conjunto de tradições que acreditam no
aspecto espiritual do universo, numa espécie de panteísmo. A Gnose
contemporânea é uma corrente de pensamento esotérica, normalmente identificada
com o misticismo oriental, teosofia, cabala, rosa-crucianismo, maçonaria,
nova era, entre outros.
Do
gnosticismo temos duas vertentes filosóficas extremas e perigosas: o ascetismo
e o liberalismo.
ASCETISMO - doutrina
filosófica que defende a abstenção dos prazeres físicos e psicológicos,
acreditando ser o caminho para atingir a perfeição e equilíbrio moral e
espiritual;
LIBERTINAGEM -
privilégio da liberdade desenfreada. João afirma a tal respeito: "Nisto
conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus
Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que
Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo,
do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo" (1
Jo 4:2,3).
O propósito do
agnosticismo é a libertação da matéria que pode ser alcançado através de um
saber mágico, um conhecimento transcendental (a gnose - ação de conhecer;
conhecimento, ciência, sabedoria).
Uma outra definição -
FILOSOFIA•OCULTISMO - Conhecimento esotérico da verdade espiritual,
combinando mística, sincretismo religioso e especulação filosófica, que
diversas seitas dos primeiros séculos da era cristã, consideradas heréticas
pela Igreja, acreditavam ser essencial à salvação da alma.
Como a partícula divina já
está aprisionada no homem, nenhuma atitude sua poderia melhorar ou piorar sua
natureza, o que se requer é a liberação dessa partícula através da aniquilação
da matéria. Todavia, a Bíblia deixa bem claro que o corpo também será salvo, o
homem é um ser completo e será salvo por completo (1 Co 15 – o ensino de Paulo
sobre o último aspecto da salvação: a glorificação corpórea). É com o
propósito de combater tais heresias que João escreve sua epístola.
O profetismo em Israel ou
movimento profético é bem conhecido dos estudiosos da Bíblia.
“O movimento profético
encontrou seu nascedouro e ápice no período do estabelecimento, consolidação e
falência do sistema monárquico de governo em Israel. A partir desse
referencial, pretende-se demonstrar como o discurso profético que proclamava a
“Palavra de YHWH” estava intrinsecamente relacionado com a exigência da prática
de justiça em todas as esferas da sociedade da época.” Researchgate.net
Por meio dos profetas, Deus
revelava-se ao povo de Israel, trazendo-os para perto de Si. Quanto mais
distante de Deus, mais o povo transgredia a Lei que fora entregue a Moisés para
que este instruísse a nação.
Faz-se necessário um melhor
entendimento sobre o que é o profeta e o que é a profecia.
Numa rápida pesquisa sobre o
assunto, apresento aqui o seguinte conteúdo do site isaltino.com.br:
- Antes
de falarmos dos profetas é precisamos compreender o que foi o profetismo em
Israel, para sabermos, com mais exatidão, quem foram eles. Primeiro, o
movimento, em si. Depois, as pessoas que compuseram o movimento. Se não
fizermos assim, corremos o risco de discutir um assunto que não terá ficado bem
definido, tamanha a diversidade de conotações que o termo recebe em nossos
dias. E então não chegaremos a um ponto proveitoso em nossa análise. Para
algumas pessoas, em nosso tempo, o profeta é uma pessoa que adivinha coisas 1 .
Profecia, nesta ótica, é adivinhação. É assim o conceito secular, no
entendimento de pessoas sem o conhecimento do sentido bíblico do termo. Isto
acontece também em alguns grupos carismáticos e neopentecostais: profetizar é
fazer revelações, algumas delas absolutamente sem sentido, sobre a vida das
pessoas. Este era o conceito de profeta entre os pagãos. A lecanomancia
(leitura do futuro pela figura do azeite derramado numa taça sagrada), a
hepatoscopia (a leitura do futuro pelos riscos do fígado de animais
sacrificados aos ídolos), o uso de árvores sagradas, como os cananeus faziam
com os carvalhos (vide o carvalho de Moré, em Gênesis 12.6 - Moreh, em
hebraico, significa “mestre”), sonhos após alucinógenos, a interpretação do vôo
dos pássaros, tudo isto fazia parte do ofício profético pagão. O profeta pagão
não trazia uma mensagem com fundo moral e ético. Apenas buscava descobrir o
futuro para orientar os reis sobre guerras a declarar, alianças políticas a
fazer ou decisões por tomar, como os adivinhadores e os sábios de Faraó, em
Gênesis 41.8. Alguns pastores e pregadores gostam muito do termo “profeta” e
gostam mais ainda de usá-lo para si, para terem o direito de falarem o que
querem, arrogando-se a famosa “voz profética”. Via de regra, quando alguém
alega ter “voz profética”, fico temeroso. Já sei que “vem chumbo” nos outros. É
uma postura arrogante de quem emite conceitos sobre a vida alheia com muita
facilidade, e não raro, descurando da sua, pessoal. O que, exatamente, é um
profeta? O que é profecia? O que o Antigo Testamento nos ensina sobre estes
dois termos?
1. EM BUSCA DE DEFINIÇÃO -
A terminologia hebraica nos ajuda a responder algumas dessas questões.
Comecemos pelo primeiro homem chamado de “profeta”. Surge, com ele, o primeiro
termo hebraico, navi 2. É Abraão, em Gênesis 20.7, no testemunho que o próprio
Deus dá a Abimeleque: “Restitui a mulher a seu marido, porque é profeta”. O
primeiro homem visto como profeta nacional, navi também, é Moisés. Ele se
torna, inclusive, o padrão para os demais profetas. Em Deuteronômio 18.15 se
lê: “O Senhor teu Deus te suscitará um navi como eu, do meio de ti, de teus
irmãos. A ele ouvirás”. Esta palavra é digna de nota porque é a única
referência, na lei, à profecia como instituição. Este momento requer nossa
atenção, porque Moisés nos é mostrado como o padrão profético.
2. A FUNÇÃO DA PROFECIA -
Devo este tópico a Archer 3, mas é necessário fazer um reparo a seus
argumentos. Ele alista quatro funções básicas da profecia entre os hebreus.
Elas são válidas, apesar do reparo que pretendo fazer, e permanecem como
balizadoras da função profética em nosso tempo. 1ª) O profeta tinha a
responsabilidade de encorajar o povo de Deus a confiar exclusivamente na sua
graça, no seu poder. Isso Moisés fez: ensinou que a segurança de Israel estava
no poder de Deus, não em Israel. Os profetas das épocas de crise em Israel e
Judá também: a nação deveria confiar em Iahweh e não no Egito ou na Assíria.
Veja-se, como exemplo, a insistência de Oséias em afirmar que o Egito e a
Assíria não salvariam Israel. Aliás, a Assíria acabou destruindo Israel. O
profeta é um encorajador do povo de Deus a confiar nele, somente nele. 2ª) O
profeta tinha a responsabilidade de avisar ao povo que sua segurança dependia
de fidelidade à aliança, ao berith. Moisés e os grandes profetas agiram assim.
É bom afirmar que os profetas não pregaram uma mensagem nova, mas reafirmaram
os grandes conceitos da aliança. O profetismo não trouxe uma mensagem inédita,
mas apenas um chamado à fidelidade à aliança firmada com Iahweh e que culminara
na outorga da lei. Ele não criou conceitos, mas revigorou os do passado. O
profeta olhava para o passado, para a aliança. O profeta contemporâneo também
deve advertir a Igreja para se manter fiel ao novo berith, que Jesus firmou com
seu sangue (Mt 26.28). 3ª) O profeta devia encorajar Israel quanto às coisas
futuras. Mesmo anunciando o juízo, os profetas avisavam que haveria um
remanescente, que teria a missão de trazer o messias ao mundo. O profeta era um
criador de esperanças, um anunciador de que o povo tinha um futuro, e devia se
preparar para ele. O profeta olhava para o futuro. O profeta contemporâneo
também deve 3 Veja sua obra Merece Confiança o Antigo Testamento? (Edições Vida
Nova).. Seu arrazoado está às página 334-337. avisar a Igreja sobre o seu
futuro de glória, mesmo que no momento presente seja ela enxovalhada pelo mau
testemunho de alguns dos seus membros e seja acuada pela pressão de um mundo
ímpio. 4ª) A profecia se autenticava, em termos de previsão, quando se cumpria.
Archer mostra Deuteronômio 18.21-22: se o que o profeta falasse não se
cumprisse, a mensagem não era de Deus. Isto é óbvio, pois Deus não mente nem se
engana. Mas o simples cumprimento não basta para autenticar uma profecia. Quem
falou com Saul quando ele consultou a médium em En-Dor não foi, obviamente, um
profeta divino, mas o que a entidade consultada falou se cumpriu. Deuteronômio
18.22 diz que quando o que for falado não se cumprir, isso não é de Deus. Está
certo. Mas o capítulo 13 mostra que se o profeta falar, o que ele falou se cumprir
e ele se aproveitar disso para desviar o povo da Palavra, ele deveria ser
morto. É o ensino presente em 13.6-9. O padrão para se avaliar a profecia e o
profeta não é o cumprimento do que foi falado, mas se aquilo que ele falou está
em conformidade com a Palavra de Deus. O padrão autenticador é a Palavra. Isto
nos põe diante de uma verdade que não se pode ignorar: o profeta deve ser
escravo da Palavra. O profeta é o homem que se prende à Bíblia, fala o que ela
fala, não a diminui, não a ultrapassa. E deve encorajar o povo a permanecer
fiel no compromisso com Deus, a confiar nele e a se lembrar de sua missão neste
mundo. No Novo Testamento encontramos profetas na Igreja e a profecia é
mostrada como sendo um dom. O contexto é diferente do encontrado no Antigo
Testamento e também diferente até mesmo do nosso tempo. Temos um profeta que
vaticina, mostrando o que aconteceria com Paulo (At 21.11-12) e vemo-lo
profetizando uma grave fome no Império Romano (At 11.27-30). Mas o básico está
aqui: a Igreja está edificada sobre o fundamento dos “apóstolos e profetas” (Ef
2.20), como a comunidade do passado, Israel, estava edificada sobre “sacerdotes
e profetas”. O sacerdotalismo judaico, que é o levitismo do templo, cede lugar
à Palavra. Os profetas faziam o papel da Palavra ainda não concluída. Como
aconteceu com os profetas neotestamentários: eles eram a voz de Deus naquele
momento. Temos a Bíblia como voz de Deus hoje. O profeta deve saber
interpretá-la e deve saber comunicá-la. Nunca deve ultrapassá-la ou complementá-la.
A menos que pense que ela está incompleta ou que ele, o profeta, tenha
revelações que se igualam aos ensinos dela. Na realidade, o papel do profeta de
hoje, creio que deve ser buscado mais no Antigo Testamento, onde está mais
sistematizado e cristalizado. E, mutatis mutandis, buscar, a partir do
encontrado no Antigo Testamento, e projetar para como deve ser hoje. Muito do
estilo de culto da Igreja foi calcado na sinagoga surgida no período exílico.
Alguns, hoje, se intitulam de levitas. E, à luz dos livros históricos iniciais
do Antigo Testamento, outros querem trazer até danças para o culto. Nosso culto
foi herdado da sinagoga: cânticos, orações e proclamação da Palavra.
- 3. O
QUE ERA UM PROFETA – Pensamos em profeta como adivinhador de eventos. É
uma generalização imprecisa da palavra. O profeta era um proclamador da Palavra
de Deus ao povo. Eventualmente, na proclamação, havia a predição. É preciso
diferenciar bem isto. Profecia e predição não são sinônimos. Abraão, o
primeiro profeta, nada vaticinou. Moisés, o profeta padrão, proclamou a Palavra
de Deus ao povo, com eventuais descortínios do futuro. Mesmo assim, quando
falava do futuro, era em termos do que aconteceria ao povo, conforme seu
posicionamento diante de Iahweh”. (grifo meu).
A recente avalanche que
invadiu as redes sociais dos crentes sobre uma profecia do CAVALO AMARELO – O
CAVALEIRO DA MORTE passaria na madrugada de 30 de março do ano em
curso. Essa mensagem proferida pelo Pr. Ezequias Silva, tem levado criteriosos
e estudiosos da Bíblia a se posicionarem com o objetivo de instruir o rebanho
do Senhor.
Um dos piedosos homens de
Deus por quem tenho grande apreço e desfruto de uma boa amizade, trata-se do
Pr. Gilmar Santos, muito conhecido no meio Pentecostal e entre o povo de Deus.
Em seu programa de rádio ele
trouxe uma elucidadora palavra sobre o assunto. O conteúdo do video que ele
enviou é digno de nota, mormente por ele ser conhecedor da pessoa do Pr.
Ezequias Silva. Sem causar polêmicas, o Pr. Gilmar Santos esclareceu os fatos à
luz das Escrituras Sagradas com objetividade e isenção.
Ao assistir o video que ele
enviou-me, resolvi participar do assunto e enviei-lhe a seguinte nota:
- “Meu
preclaro amigo é companheiro "no resto das aflições de Cristo", paz,
saúde e graça da parte de Deus.
Assisti atentamente sua
reflexão sobre a polêmica profecia que não se cumpriu, também, aqui em Boston.
Sua palavra foi muito
esclarecedora, mormente por trazer considerações sobre a pessoa do Pr. Ezequias
- a quem não conheço -, bem como fundamentar biblicamente o modo como devemos
atuar como pregadores e ensinadores do Evangelho de Cristo. Sem dúvida, o nobre
Pr. Ezequias excedeu na emoção e causou um certo desequilíbrio entre os três
elementos - fé, razão e emoção, elementos esses que norteiam nossa conduta
enquanto ministramos a palavra.
É preciso extrair lições
pedagógicas mesmo em nossos erros; aliás, principalmente quando erramos. Creio
que o Pr. Ezequias e todos nós devemos ser muito cuidadosos ao “manejar bem a
palavra da verdade”. As vezes, no afã de querermos ajudar, atrapalhamos o
processo que está sendo desenrolado por Deus. As consequências de nossas
precipitações são inevitáveis. Resta-nos - como o senhor bem ressaltou - orar
pelo Pr. Ezequias, sua família e toda igreja sob o seu pastorado.
Obrigado por compartilhar
tão oportuno esclarecimento.
Grande abraço.
Pr. Wellington Silva.
Boston, 30 de Março de 2021.
Amados,
urge que atentemos para as palavras do Senhor Jesus: “Examinais as Escrituras,
porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”.
Jo 5:39.
O
apóstolo Pedro fecha questão quanto a profecia e o profeta em sua segunda
epístola. “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de
particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de
homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito
Santo.” 2 Pe 1:20,21.
A
versão NVI ajuda-nos a entender melhor o texto em apreço. “Antes de mais nada,
saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois
jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de
Deus, impelidos pelo Espírito Santo”. 2 Pe 1:20,21.
- “Nessa
tradução, a relação entre “interpretação” e o resto do verso é percebida mais
rapidamente. […] Pedro continua a falar acerca de como as Escrituras vieram a
existir (não como elas são interpretadas), logo o sentido de “interpretação
pessoal” é decifrado nas palavras que se seguem: “As Escrituras não são as
opiniões dos profetas mas as palavras do próprio Deus”. A ênfase de Pedro está
em negar a origem humana da palavra profética, pois ele continua a dizer “pois
jamais a profecia teve origem na vontade humana”. Os homens não acordaram em
uma manhã e pensaram: “Acho que hoje vou escrever um pouco de Escrituras”. A
constantemente repetida frase: “A palavra do Senhor veio até mim, dizendo”
argumenta a favor dessa verdade, pois com essas palavras o profeta está
reconhecendo que as palavras do Senhor não vieram de dentro (do homem) mas de
fora. Em sua origem primária, a Escritura não é da Terra mas do Céu.” (grifo
meu).
Em contraste ao conceito de
Escrituras humanamente originadas, Pedro afirma que os homens falaram por Deus
como se, literalmente, tivessem sido “carregados” pelo Espírito Santo. Isso
contradiz o que foi dito? Não. Os homens, de fato, falaram. As Escrituras estão
em linguagem humana. As Escrituras tiveram autores humanos e eles não eram
apenas máquinas de ditado. Eles falavam em suas próprias línguas, a partir de
seus contextos, inseridos em suas culturas, mas o que eles falaram, eles
falaram por Deus e apenas na medida em que eles eram “carregados” (ou movidos)
pelo Espírito Santo. Aqui está o misterioso (e ainda assim maravilhoso) contato
entre o humano e o divino na origem das Escrituras: Enquanto os homens estão falando,
eles estão fazendo isso sob o poder e direção do Espírito, para que o resultado
desse milagre seja, como Paulo colocou, “respirada por Deus”. Não são os homens
em si que são “inspirados” mas as Escrituras, o resultado dessa iniciativa
divina de revelação. - Bereianos.blogspot.com
Deus tenha misericórdia de nossas vidas e ajude-nos a
andar de tal maneira que não venhamos a ser pedra de escândalo. “Portai-vos de
modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja
de Deus.” 1 Co 10:32.
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