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quinta-feira, 1 de abril de 2021

Obadias: A Condenação de Edom

 


A mensagem do livro de Obadias é uma visão a respeito de Edom. Os edomitas foram os descendentes de Esaú, irmão de Jacó e neto de Abraão. A rivalidade entre as duas famílias (que se tornaram nações) continuou por séculos após a morte destes irmãos. Enquanto vários profetas falaram dos pecados do povo de Israel (descendentes de Jacó), Obadias falou sobre Edom e os motivos do castigo divino sobre este povo.

Obadias é o menor dos livros do Antigo Testamento. Por não incluir referências específicas a acontecimentos históricos, a data do livro é desconhecida. Há sugestões de datas do século 9 ao século 5 a.C. A tradição dos judeus geralmente trata Obadias como um dos primeiros dos livros proféticos. A mensagem é muito parecida com a profecia de Jeremias 49:7-27, mas este fato ainda não determina a data precisa, nem qual destes profetas escreveu primeiro. Independente da data de composição, este livro ensina lições importantes.

A mensagem de Obadias se divide em três partes principais:

Versículos 1 a 9 falam do castigo que Deus traria sobre Edom.

Versículos 10 a 16 explicam os motivos desta sentença divina.

Versículos 17 a 21 contêm profecias da vitória do povo de Deus, e incluem linguagem messiânica.

A história dos edomitas começa em Gênesis, no relato da gravidez de Rebeca, mulher de Isaque e nora de Abraão. Deus disse para Rebeca: “Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá o mais moço” (Gênesis 25:23). Esaú foi o mais velho, e Jacó o mais novo dos gêmeos que nasceram. Durante décadas, Jacó e Esaú eram inimigos, mas, quando tiveram mais de 90 anos de idade, se reconciliaram. Seus descendentes, porém, viviam em conflito. A linhagem de Jacó, também conhecido como Israel, foi a nação escolhida por Deus para cumprir as promessas importantes feitas a Abraão. Deus cumpriu também a promessa de fazer uma nação dos descendentes de Esaú, mas os edomitas nunca tiveram a mesma importância dos israelitas.

Ao longo do Antigo Testamento, houve conflito entre estes povos. Os edomitas ocupavam um território a sudeste do mar Morto e recusaram passagem livre quando os israelitas tentaram chegar à terra prometida (Números 20:14-21). Deus não permitiu que os israelitas atacassem os edomitas nem tomassem suas terras (Deuteronômio 2:4-8). Por volta de 1.000 anos a.C., Davi subjugou os edomitas (1 Crônicas 18:12-13). Mas o filho dele, Salomão, não conseguiu manter este domínio total sobre os descendentes de Esaú (1 Reis 11:14-22). Quando os descendentes de Jacó sofreram nas mãos dos inimigos, Edom achou prazer nisso e até ajudou os adversários de Israel contra estes “irmãos” (Obadias 10-14). Foi Deus que trouxe o castigo contra Judá, mas ele não achou prazer nisso e condenou os edomitas por sua atitude. Mesmo quando Deus traz a justiça contra um malfeitor, não é motivo de comemoração, pois aqueles que amam aos inimigos como Deus o faz (Mateus 5:44-48) não acharão prazer na morte de ninguém (Ezequiel 18:32).

Apesar do seu foco no castigo dos edomitas, o livro de Obadias traz uma mensagem de esperança. Este livro não desenvolve os temas messiânicos com a mesma profundidade e clareza de outros profetas, como Isaías e Daniel, mas não devemos perder a importância da sua mensagem sobre o “Dia do SENHOR” que traria justiça contra os inimigos de Deus e paz para seus servos fiéis. Obadias não oferece detalhes, mas termina com uma confiante afirmação da soberania de Deus: “... o reino será do SENHOR” (Obadias 21).

–por Dennis Allan

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