A mensagem do livro de
Obadias é uma visão a respeito de Edom. Os edomitas foram os descendentes de
Esaú, irmão de Jacó e neto de Abraão. A rivalidade entre as duas famílias (que
se tornaram nações) continuou por séculos após a morte destes irmãos. Enquanto
vários profetas falaram dos pecados do povo de Israel (descendentes de Jacó),
Obadias falou sobre Edom e os motivos do castigo divino sobre este povo.
Obadias é o menor dos livros
do Antigo Testamento. Por não incluir referências específicas a acontecimentos
históricos, a data do livro é desconhecida. Há sugestões de datas do século 9
ao século 5 a.C. A tradição dos judeus geralmente trata Obadias como um dos
primeiros dos livros proféticos. A mensagem é muito parecida com a profecia de
Jeremias 49:7-27, mas este fato ainda não determina a data precisa, nem qual
destes profetas escreveu primeiro. Independente da data de composição, este
livro ensina lições importantes.
A mensagem de Obadias se
divide em três partes principais:
Versículos 1 a 9 falam do
castigo que Deus traria sobre Edom.
Versículos 10 a 16 explicam
os motivos desta sentença divina.
Versículos 17 a 21 contêm
profecias da vitória do povo de Deus, e incluem linguagem messiânica.
A história dos edomitas
começa em Gênesis, no relato da gravidez de Rebeca, mulher de Isaque e nora de
Abraão. Deus disse para Rebeca: “Duas nações há no teu ventre, dois povos,
nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais
velho servirá o mais moço” (Gênesis 25:23). Esaú foi o mais velho, e Jacó o
mais novo dos gêmeos que nasceram. Durante décadas, Jacó e Esaú eram inimigos,
mas, quando tiveram mais de 90 anos de idade, se reconciliaram. Seus
descendentes, porém, viviam em conflito. A linhagem de Jacó, também conhecido
como Israel, foi a nação escolhida por Deus para cumprir as promessas
importantes feitas a Abraão. Deus cumpriu também a promessa de fazer uma nação
dos descendentes de Esaú, mas os edomitas nunca tiveram a mesma importância dos
israelitas.
Ao longo do Antigo
Testamento, houve conflito entre estes povos. Os edomitas ocupavam um
território a sudeste do mar Morto e recusaram passagem livre quando os
israelitas tentaram chegar à terra prometida (Números 20:14-21). Deus não
permitiu que os israelitas atacassem os edomitas nem tomassem suas terras
(Deuteronômio 2:4-8). Por volta de 1.000 anos a.C., Davi subjugou os edomitas
(1 Crônicas 18:12-13). Mas o filho dele, Salomão, não conseguiu manter este
domínio total sobre os descendentes de Esaú (1 Reis 11:14-22). Quando os
descendentes de Jacó sofreram nas mãos dos inimigos, Edom achou prazer nisso e
até ajudou os adversários de Israel contra estes “irmãos” (Obadias 10-14). Foi
Deus que trouxe o castigo contra Judá, mas ele não achou prazer nisso e
condenou os edomitas por sua atitude. Mesmo quando Deus traz a justiça contra
um malfeitor, não é motivo de comemoração, pois aqueles que amam aos inimigos
como Deus o faz (Mateus 5:44-48) não acharão prazer na morte de ninguém
(Ezequiel 18:32).
Apesar do seu foco no
castigo dos edomitas, o livro de Obadias traz uma mensagem de esperança. Este
livro não desenvolve os temas messiânicos com a mesma profundidade e clareza de
outros profetas, como Isaías e Daniel, mas não devemos perder a importância da
sua mensagem sobre o “Dia do SENHOR” que traria justiça contra os inimigos de
Deus e paz para seus servos fiéis. Obadias não oferece detalhes, mas termina
com uma confiante afirmação da soberania de Deus: “... o reino será do
SENHOR” (Obadias 21).
–por Dennis Allan
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