O primeiro discurso de Bildade (8:1 - 10:22)
I. O primeiro discurso de Bildade (8:1-22)
A. Bildade afirma a justiça do Todo-Poderoso (vs. 1-7).
1. Levado pelas palavras que Jó acaba de dizer, Bildade começa seu discurso com uma áspera repreensão a Jó. É certo que ele considera blasfemas as palavras de Jó e assim ele age para defender a justiça de Deus (vs. 1-3).
2. Bildade repete o argumento de Elifaz: aquele que sofre deve ser perverso (vs. 4-7).
a. Ele insinua que, uma vez que os filhos de Jó foram "postos fora," eles devem ter pecado (v. 4).
b. Ele sugere também que Deus poderia "despertar" para as súplicas de Jó se ele fosse puro ou se ele se arrependesse (vs. 5-7).
B. Bildade apela para a sabedoria e a experiência das gerações passadas (vs. 8-19).
1. Ele defende seu argumento (já começado e a ser continuado na última parte do capítulo) dirigindo a atenção de Jó para as conclusões das gerações passadas.
2. Por causa da vida curta do homem, sua sabedoria tem que ser aumentada pela dos "pais".
3. Bildade continua, sugerindo uma relação de causa e efeito entre a injustiça e o sofrimento. Ele demonstra seu princípio com três ilustrações:
a. Assim como o papiro não pode existir sem lama, assim o homem não pode prosperar sem o favor de Deus (vs. 11-13).
b. A confiança do ímpio é tão frágil como a teia da aranha; ele não tem nada em que se apoiar (vs. 14-15).
c. O ímpio é como uma planta que cresce por pouco tempo, mas que é arrancada do seu lugar (vs. 16-19).
C. Bildade conclui seu discurso (vs. 20-22).
1. Ele repete o pensamento que Deus preserva o justo, mas não "apoiará" os malfeitores (vs. 20).
2. Se Jó se arrepender, Deus encherá sua boca com risos e seus adversários ficarão envergonhados.
II. Jó replica ao discurso de Bildade (9:1-24)
A. Jó afirma, do mesmo modo, o poder e a sabedoria de Deus, mas é possível que ele esteja falando com sarcasmo no versículo 2 (veja 4:17). Jó sente-se incapaz de contender com Deus, para provar ou afirmar sua inocência perante o Senhor.
B. O poder e a majestade de Deus (vs. 1-12).
1. Jó descreve o poder de Deus como é evidenciado na natureza (vs. 5-10).
2. Ele observa que o homem é incapaz de questionar a Deus às contas por seus atos (vs. 1-4, 11-12).
C. Jó afirma a futilidade de "responder" a Deus, pleiteando o seu caso diante dele (vs. 13-24).
1. Jó declara que Deus trata os perversos e os retos do mesmo modo. Ele ainda vai até o ponto de dizer que Deus é indiferente ao sofrimento do inocente e discrimina em favor do perverso (vs. 21-24).
2. Alguém poderia tentar amenizar as palavras de Jó, mas parece óbvio que Jó brada contra Deus nesta parte. Precisamos lembrar que Jó não estava a par de toda a informação que possuímos sobre o assunto dos propósitos de Deus.
III. Jó continua seu discurso (9:25 - 10:22)
A. Na última parte do capítulo 9, parece que Jó dirige seus comentários em parte a Deus e em parte a Bildade e seus outros dois amigos.
B. Tendo discutido o tratamento do homem em geral por Deus em 9:22-24, agora Jó se volta para o tratamento dele mesmo por Deus (vs. 25-31).
1. Usando as figuras de um corredor, navios velozes e uma águia, Jó descreve a brevidade da vida (vs. 25-26).
2. Ele fala da persistência de Deus em considerá-lo culpado e como resultado ele é incapaz de se alegrar (vs. 27-31).
3. Jó sente a necessidade de um terceiro participante para arbitrar a diferença entre ele e Deus (vs. 32-35). Parece que ele está antevendo a obra de Jesus Cristo como nosso mediador.
C. Sentindo que nada tem a perder, Jó fala a Deus diretamente, insistindo em saber porque Deus está "contendendo com ele" e então oferecendo as razões possíveis para o comportamento de Deus (10:1-7).
1. Ele pergunta se Deus tem algum prazer em oprimir sua própria criação (vs. 3).
2. Ele pergunta se Deus, como um homem, tem percepção limitada e, por isso, julgou-o injustamente (vs. 4).
3. Ele questiona se a duração da vida de Deus é tão curta como a de um homem, para que ele esteja com pressa de procurar o pecado de Jó antes que ele o tenha cometido (vs. 5-7).
D. Desconsiderando as duas últimas perguntas, Jó continua seu discurso seguindo a primeira possibilidade (vs. 8-22).
1. Ele recorda a Deus que ele é criatura de Deus (vs. 8-12).
2. E ainda Deus parece determinado a destruir Jó em qualquer circunstância, um rumo aparentemente inconsistente com seu cuidado em criar Jó (vs. 13-17).
3. Novamente Jó expressa seu desejo de ter morrido ao nascer. Desde que Deus não permitiu isso e seus dias restantes são poucos, Jó pede a Deus que o deixe em paz (vs. 18-22).
4. Conquanto Jó não tenha se afastado de Deus, ele está obviamente lutando com sua fé. Quão agradecido Jó deve ter estado mais tarde porque Deus não atentou para suas palavras e o "deixou em paz" como ele tinha pedido!
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