O terceiro discurso de Elifaz (22:1 - 24:25)
I. O terceiro discurso de Elifaz (22:1-30)
A. Elifaz começa mais uma vez a discussão da razão do sofrimento de Jó (22:1-5).
1. Elifaz defende seu ponto de vista fazendo diversas perguntas persuasivas.
2. Ele parece estar dizendo que Deus não tem nada a ganhar do homem; ele não está fazendo Jó sofrer por alguma razão pessoal, egoísta.
3. Elifaz insinua (v. 4) que Deus certamente não está afligindo Jó por causa da piedade que Jó tem estado afirmando. A única outra resposta é que ele está sofrendo por sua grande pecaminosidade (v. 5).
B. Supondo ter acertado toda a causa do sofrimento de Jó, Elifaz continua a alistar os pecados de Jó (22:6-11).
1. Naturalmente, Elifaz acusa Jó desses pecados sem qualquer prova (veja 4:1-4).
2. Ele acusa Jó de falta de compaixão, de crueldade e de avareza.
3. Elifaz resume que é por causa destes pecados específicos que Jó está rodeado de perturbação e calamidade (v. 11).
C. Elifaz emite uma advertência a Jó sobre sua atitude em geral (22:12-20).
1. O versículo 12 parece ser o comentário de Elifaz e exprime a opinião tanto do justo como do ímpio.
2. Contudo, o ímpio tira uma conclusão diferente da do piedoso. O ímpio afirma que Deus está tão afastado dos negócios dos homens que não conhece ou não se interessa pelo que eles estão fazendo.
3. É desta atitude que Elifaz acusa Jó (vs. 13 e segs.)
4. Ele então chama a atenção de Jó para o fato de que "os homens iníquos" têm assumido esta atitude (v. 15) e foram punidos por isso (vs. 15-18).
5. Os justos, de acordo com Elifaz, deleitam-se com o castigo dos ímpios (v. 19-20).
D. Elifaz descreve as bênçãos que acompanham o arrependimento (22:21-30).
1. Tendo acabado de falar algumas das palavras mais rudes e mais injustas de todos os discursos dos amigos, Elifaz agora "abranda" seu discurso retornando ao tema das bênçãos do arrependimento, assim como o fez no início de seu primeiro discurso.
2. Jó deveria reconciliar-se com o Todo-Poderoso e "receber instrução" dele (vs. 21-22).
3. O Senhor então restabelecerá tornará a prosperidade de Jó e ele porá de lado sua prosperidade material (vs. 23-26).
4. Tal seria o favor de Jó com o Senhor que, se fosse abatido temporariamente, Deus o livraria. Jó até seria capaz de fazer intercessão em favor de pecadores, uma profecia desconhecida do papel que Jó desempenharia no fim do livro, e com respeito aos seus três amigos (vs. 27-30)!!
II. A resposta de Jó (23:1 - 24:25)
A. Jó repete seu desejo de encontrar-se com Deus e defender seu caso (23:1-9).
1. Ainda que quase pareça que esta "réplica" seja uma fala consigo mesmo, é bem possível que os comentários de Jó nesta parte sejam em resposta à admoestação de Elifaz para que Jó "se reconcilie" com Deus (conf. 22:21). Jó não preferiria outra coisa (vs. 1-5).
2. Jó expressa sua confiança em que uma tal confrontação resultaria em sua libertação, a justificação de sua inocência (vs. 6-7).
3. Contudo, Jó proclama sua incapacidade de "encontrar" Deus para uma tal confrontação (vs. 8-9).
B. Jó declara sua inocência (23:10-12).
1. Apesar de sua incapacidade de "encontrar-se" com Deus, Jó está confiante em que Deus conhece sua conduta e que, no final o proclamará justo (v. 10).
2. Numa maravilhosa descrição de fidelidade, Jó novamente declara-se justo (11-12).
C. Jó afirma que ele precisa esperar justiça (23:13-17).
1. Ele afirma que Deus não se afastou de seus propósitos (v. 13).
2. O tratamento que ele dá a Jó e muitos outros "enigmas de justiça" precisam seguir seu curso (v. 14).
3. Jó fala de seu temor do Todo-Poderoso (v. 15-16).
4. No versículo 17, parece que Jó está dizendo que ele não é perturbado simplesmente pelas trevas de sua situação, mas antes pelo fato de que foi Deus quem colocou este sofrimento sobre ele.
D. Jó cita a inescrutabilidade dos atos de Deus nos negócios dos homens (24:1-25).
1. Esta parte é um ataque à doutrina dos amigos que os ímpios sempre sofrem e os justos prosperam.
2. Jó pergunta porque a justiça de Deus não é mais aparente; porque ele não indicou tempos quando o castigo é realizado (vs. 1-2).
3. Jó descreve a impiedade de alguns que tiram vantagem dos indefesos e desafortunados (vs. 2-4).
4. Ele ainda descreve mais o sofrimento que tais perversidades causam aos pobres (vs. 5-8).
5. A lista dos feitos perversos é continuada (vs. 9-17).
6. No meio de toda esta impiedade e apesar dos clamores dos oprimidos, os ímpios parecem estar pecando impunemente (v. 12 - "contudo, Deus não tem isso por anormal"). É também possível que Jó esteja falando daqueles que estão sofrendo. Eles estão sofrendo e no entanto não foram acusados de erro, i. e., sofrimento inocente. De qualquer modo, este cenário está em desarmonia com a doutrina dos amigos.
7. Jó descreve qual será o destino dos ímpios, de acordo com os amigos (vs. 18-21).
8. E no entanto os ímpios parecem prosperar e, se forem abatidos, é como acontece com todos os homens (vs. 22-24).
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